quarta-feira, 13 de novembro de 2019

REDES SOCIAIS (WHATSAPP, FACEBOOK E SMS); SUAS IMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS NA ESCRITA
Jamal Tarzane Alberto[1]
João Pedro Wing[2]

Resumo:
O trabalho tem como tema: redes sociais (whatsapp, facebook e SMS), suas implicações psicológicas na escrita. Com este tema os autores pretendiam compreender, de como as redes sociais tem uma implicação psicológica na escrita. Não se tem conhecimento de quando, como e quem deu início a essa forma de escrita, a única certeza é de que se espalhou rapidamente pelas redes sociais sendo vista com estranheza pela sociedade que ainda se encontra regida pela dureza da língua portuguesa tradicional, facto esse que deixa preocupado aos pedagogos que se deparam com esta situação nas suas actividades diárias, assim como outros estudiosos da linguagem escrita, desde os psicolinguistas, entre outros. A pesquisa é de uma abordagem qualitativa, quanto aos procedimentos foi uma revisão bibliográfica, usando método fenomenológico hermenêutica. Todavia, verificou que o desvio da escrita nas redes sociais tem uma implicação psicológica negativa, perturbando psicologicamente os usuários, razão pela qual, torna difícil os mesmos distinguir a forma da escrita das redes sociais de outro meio social.
Palvras-chave: Escrita; Redes Sociais; Usuários.
Introdução
A escrita é uma forma de comunicação que foi manifestada a um passado muito antigo pelo ser humano. Cada povo de uma determinada nação elaborou as suas normas de escrita segundo a sua língua, que consequentemente é a sua principal manifestação cultural. Por tanto a linguagem escrita passa ser uma faculdade que é exclusiva dos seres humanos, e ela rege-se por um conjunto de regras gramaticais que tanto diferem de língua para língua, mas partilham o mesmo tipo de complexidade. Com a expansão dos meios electrónicos portáteis mais simples, celulares sobretudos os smartphones, que suportam os aplicativos com mais destaque SMS, Facebook e Whatsapp, a linguagem escrita tomou outro rumo, a partir das famosas práticas: teclar, chatar, fecebucar, whatsappar, etc. E com essas práticas a linguagem escrita tomou uma outra forma diferente da tradicional, quase que em todas línguas, tanto nacionais, oficiais e estrangeiras incluindo a nossa língua portuguesa.

Não se tem conhecimento de quando, como e quem deu início a essa forma de escrita, a única certeza é de que se espalhou rapidamente pelas redes sociais sendo vista com estranheza pela sociedade que ainda se encontra regida pela dureza da língua portuguesa tradicional e pelas culturas dominantes, facto esse que deixa preocupado aos pedagogos que se deparam com esta situação nas suas actividades diárias, assim como outros estudiosos da linguagem escritas, desde os psicolinguistas, entre outros.
Os autores vivem este fenómeno a cada minuto que se interagem com seus familiares, amigos, colegas e verificaram que cada dia que passa atrofiamos a linguagem escrita devido ao uso das chamadas abreviaturas que não chegam de ser abreviaturas por não existir formalidades das mesmas, que vão desde a troca de letras com números, a simplificação de duas ou mais letras, não observância das regras gramaticais, não identificação de palavras homófonas, transmissão de emoções com uma sequência de letras ou símbolos não formais, mas sim criados pelas próprias ferramentas. O mais caricato é que nas redes sociais é possível encontrar uma única palavra escrita de varias maneiras, até por vezes com a mesma pessoa, este sendo mais um facto que nos prova não existir um modelo padronizado pelas redes sociais em relação a escrita, mas sim prática desviante da escrita. Com esta problemática de escrita, desenvolvida nas redes sociais, como forma de procurar estudar sobre o fenómeno, os autores levantaram a seguinte questão orientadora da pesquisa: Quais são as implicações psicológicas das redes sociais na escrita?
Por tanto foi a partir deste problema em que o presente estudo tem como tema: redes sociais (whatsapp, facebook e SMS), suas implicações psicológicas na escrita.
Por tanto esta pesquisa, teve como objectivo geral descrever as implicações psicológicas das redes sociais na escrita. Fez-se uma descrição detalhada de como ocorre a escrita nas redes sociais. E para operacionalização do objectivo geral, a pesquisa teve os seguintes objectivos específicos identificar, caracterizar as implicações psicológicas das redes sociais na escrita. E por fim Sugerir ideias ou medida para minimizar as implicações psicológicas das redes sociais na escrita, através das quais os usuários devem tomar cautela no envio de mensagem observando as regras da escrita.
A presente pesquisa, enquadra-se nas ciências psicológicas, na sua linha de pesquisa das Necessidade Educativas Especiais (NEE), em que o autor para melhor perceber a respeito do tema teve como objecto de estudo “Implicações psicológicas das redes sociais na escrita”.
No tange a relevância do tema a razão da escolha deste tema deveu-se pelo facto de actualmente existir muita reclamação pela parte dos professores que tem vindo dia-pois-dia a se deparar com essa problemática de escrita nas suas actividades diárias. Com esta argumentação, pretendemos ressaltar que o desvio da escrita a partir dos usuários das redes sociais, tem implicação psicológica negativa, pelo facto de ser uma acção desviante do modelo tradicional da mesma sem a sua formalização, em que numa vertente psicológica toma nome de disortografia.
Em paralelo às regras estruturais, o trabalho em vista está organizado a partir da presente introdução, seguida sucessivamente do desenvolvimento dos aspectos essenciais relacionados com o tema em abordagem, a discussão em torno do mesmo, sugestões e a sua síntese conclusiva e a respectiva referência bibliográfica que faz a elucidação das obras usadas na desta linha teórica.
Revisão da literatura
Conceitos básicos
Facebook
Uma palavra inglesa composta por dois termos: face (que significa cara em português) e book (que significa livro), o que indica que a tradução literal de facebook pode ser "livro de caras".
Inicialmente, a adesão ao facebook era restrita apenas para estudantes da Universidade Harvard, e logo foi a muitas universidades individuais. (https://www.significados.com.br/facebook/).
Inicialmente a facebook era apenas usada para fins académicos. E hoje é uma rede social mais usada a nível mundial pra vários fins: envio de mensagem, fotos, vídeos, noticia, comércios entre outros. Isto quer dizer que actualmente já não é usada apenas para fins académicos, mas também para outros fins é caso de desvio da escrita. Hoje, é frequente ver uma publicação através da escrita, sem nenhuma observância das regras da escrita.
Whatsapp
Na língua inglesa, WhatsApp é marca fantasia originada da aglutinação de What’s up + App.
What’s up? Significa E aí? Qual é o problema? O que está acontecendo? Já App é a abreviação de Application program (aplicativo).
Na actualidade este sendo o aplicativo mais famoso, que tem funções quase da facebook.
SMS
A sigla SMS vem da expressão inglesa “Short Message Service”, que em português significa serviço de mensagens curtas, disponível para aparelhos de telefones móveis digitais habilitados para o envio de mensagens de textos de até 160 caracteres para outros aparelhos celulares. (https://www.webartigos.com/artigos/o-que-significa-sms/86750).
O primeiro SMS foi enviado em 1993, através de um computador utilizado para fins pessoais a um telefone celular na rede do sistema de comunicação móvel global (GSM), pela operadora Vodafone, no Reino Unido. Quem inventou o conceito foi o engenheiro finlandês Matti Makkonenh na década de 1980. (https://conceito.de/sms).
O SMS sendo um aplicativo disponível em todos telemóveis, diferentemente de outros aplicativos (facebook, whatsapp, etc.), e cujo esse passou a ser usado em Moçambique no ano 1997 a partir da implantação da rede telefonia móvel (MCEL), Moçambique celular.
Portanto de devido a limitação do espaço para escrever, fez surgir algo parecido a uma nova linguagem que é chamada de abreviaturas que na opinião do autor não chega ser, por não ser formal. Por exemplo quando alguém escreve para o outro kando vens? 9dadx? Querendo: quando vens? Novidades?
Facto este que deixa indignado os autores afirmar que talvez foi a partir do termo SMS, que a escrita na actualidade foge do seu modelo tradicional, para um outro que não tem nenhuma formalidade. Mas ainda a maior preocupação é, as chamadas abreviaturas não só tem espaço nessas plataformas, mas sim vai muito além. Hoje é possível encontrar até estudante do ensino superior no seu caderno a usar o mesmo tipo de linguagem escrita das redes sociais.
Disortografia
Etimologicamente, disortografia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “orto” (coreto) + “grafia” (escrita), ou seja, é uma dificuldade manifestada por um conjunto de erros da escrita que afectam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia. (Torres & Fernández, 2001, p. 76).
Disortografia é uma dificuldade manifestada por um conjunto de erros da escrita que afecta a palavra mas não a grafia. Está mais relacionado nas regras de gramática ou seja apresenta muitos erros ortográficos.
Serra (2005), citado por Afonso (2010, p. 18), "é uma perturbação específica da escrita que altera a transmissão do código linguístico ao invés dos fonemas, dos grafemas, da associação correcta entre estes, no que respeita a peculiaridades ortográficas de certas palavras e regras de ortografias".
Para Barbeiro (2007), o sujeito com disgrafia assenta a sua escrita na correspondência entre fonemas e grafemas. A sua escrita torna-se uma escrita fonética, mas torna-se evidentes as incorreções das escritas das palavras que não correspondem a uma transposição directa entre fonemas e grafemas, como acontecem as palavras homófonas que apresentam a diferença ortográfica, mas o mesmo valor fonético, (passo e paço).
Para esta situação o que se verifica nas redes sociais é ainda mais grave em relação a esta que Barbeiro nos traz. Para além passo para paço, nos deparamos com situações do tipo passo para paxo.
Na luz de Afonso (2010, p. 26), "a disortografia (escrita) implica ainda a dificuldade de em separar sequências gráficas e em utilizar as regras de ortografia, não respeitar as maiúsculas, infringem as regras de pontuação não usam hífen para translinear as palavras".
Em concordância com as ideias desse autor, compara-se o que acontece nas redes sociais nos momentos do vulgo teclar ou “chat”, verifica-se a dificuldade de separar sequências gráficas (nhacasa em vez de minha casa, amote em vez de amo-te).
Afonso (2010, p. 33) defende que "quando falamos em escrita queremos referir-nos à actividade pela qual expressamos ideias, sentimentos, conhecimentos, através de sinais gráficos".
Para o autor escrever significa, ter o domínio da compreensão da relação existente entre sons e letras ou seja ter o domínio da forma tradicional da escrita das palavras. Este sendo um facto contraditório das redes sociais.
Implicações psicológicas das redes sociais na escrita.
A escrita enquanto uma linguagem
A linguagem escrita é uma faculdade que é exclusiva dos seres humanos, ela rege-se por um conjunto de regras gramaticais que tanto diferem de língua para língua, mas partilham o mesmo tipo de complexidade.
A escrita, sistema simbólico que tem um papel mediador na relação entre sujeito e objecto de conhecimento, é um artefacto cultural que funciona como suporte para certas acções psicológicas, isto é, como instrumento que possibilita a ampliação da capacidade humana de registo, transmissão e recuperação de ideias, conceitos, informações. (Oliveira, e outros 2002, p.63).
Como se pode observar, os primeiros registos deram vazão a uma nova maneira de se viver, abrindo caminhos para interacções sociais e alargando o conhecimento humano. A escrita serviu, ainda, como um dispositivo capaz de marcar graficamente mensagens para uma comunicação a distância, assim como um documento para resgatar concepções já adquiridas.

Pois, a escrita seria uma espécie de ferramenta externa, que estende a potencialidade do ser humano para fora do seu corpo: da mesma forma que ampliamos o alcance do braço com o uso de uma vara, com a escrita ampliamos nossa capacidade de registo, de memória e de comunicação. (Oliveira e outros, 2002).

Diante disso, pode-se deduzir que, a partir do momento que o ser humano domina a escrita, este passa a expandir seus conceitos, por meio de registos, para o meio no qual está inserido. Conforme salienta Barbosa, a escrita.

A disortografia está relacionada com a composição escrita. “É uma perturbação específica da escrita que altera a transmissão do código linguístico ao nível dos fonemas, dos grafemas, da associação correta entre estes, no que respeita a particularidades ortográficas de certas palavras e regras de ortografia. Compreende erros apenas na escrita, sem que estes erros se verifiquem na leitura. ” (Serra e outros 2005 citado por Coimbra 2013, p. 31).

Isto quer dizer que, se o indivíduo tem distúrbios da linguagem escrita (disortografia), não significa que também apresenta distúrbio da linguagem oral ou seja lê mal, apesar também que esses problemas possam surgir em simultâneo.
Nestes anos todos de evolução, as redes sociais não se modernizaram apenas em estrutura e ferramentas, mas houve também a criação de uma nova linguagem, o chamado “ internetês” que, preocupado com a rapidez na comunicação promoveu mudanças no modo de se escrever, facto que ultimamente vem despertando muita aflição entre pais e professores que se preocupam com a educação das crianças e dos jovens em geral sendo alvo de críticas nas instituições escolares haja vista alguns professores preocupados com a produtividade e a qualidade de suas aulas utilizam os géneros digitais em seus no dia-a-dia. (Takahashi, 2013).
Para este autor a evolução se refere não aquela no sentido positivo, visto que devido a esta acção, perde-se a originalidade da escrita sem nenhuma formalidade, uma forma de escrita em que cada um tem seu modelo, sem se preocupar se o receptor vai perceber ou não. Onde podemos encontrar uma mesma palavra escrita de várias maneiras e num único grupo de whatsapp, por exemplo.
Segundo Komesu e Tenani (2009), o internetês  é conhecido como forma grafo linguística que se difundiu em textos como chats, blogs e demais redes sociais. Seria uma prática de escrita caracterizada pelo registo divergente da norma culta padrão [...] razão pela qual seus adeptos são tomados como “assassinos da língua portuguesa”, do ponto de vista da prática de escrita.
Para esse autor são assassinos da língua portuguesa do ponto de vista da prática de escrita, em que sua escrita tem a prática a chamada abreviação, que na minha humilde opinião não é, porque não observância das normas ortográficas, acréscimos ou repetição das letras, troca ou omissão de letras, etc. E ainda este autor vai mais além quando diz que esse assassinato da língua escrita é quase sempre tomado como “simplificação da escrita”, e consequente “morte da língua.
Nota-se que essa acção assassinato da escrita do nosso português, tem como recursos muito fortes que vão desde a troca de uma sílaba inteira por uma letra com som igual, acréscimo de letras em uma palavra para se dar ênfase na pronúncia, repetição de letras para transmitir algum sentimento ou comportamento até a supressão de letras de uma palavra, nela a ortografia tradicional (original) da escrita do nosso português perde validade, facto que nos mostra que essa acção tem espaço nas redes sociais. Sendo lá onde as pessoas passam seus momentos de lazer trocando mensagens (teclando) de forma escrita.
Cuja forma de escrita dos usuários das redes sociais esta preocupando educadores e estudiosos da linguagem, no sentido de que a escrita está sendo corrompida pelos integrantes das redes sociais e consequentemente a língua encontra-se sob ameaça.
Nesta mesma perspectiva, Cruz (2009) citado por Coimbra (2013), defendem que a disortografia remete para um conjunto de lacunas não necessariamente a nível disortográfico, mas que se manifesta depois de adquiridos os mecanismos da leitura e da escrita.

Ainda o mesmo autor defende que a disortografia ocorre quando o indivíduo apresenta perturbações nas operações cognitivas de formulação e de sintaxe. Apesar de comunicar oralmente, de poder copiar e visualizar palavras e de conseguir escrevê-las quando ditadas, o indivíduo não consegue organizar nem expressar os seus pensamentos segundo regras gramaticais. (ibden).
Desenho metodológico
A pesquisa é descritiva do cunho qualitativo, baseada aos procedimentos de uma revisão bibliográfica.
Neste estudo é privilegiada a abordagem qualitativa uma vez que, as opiniões e as informações foram analisadas fazendo o juízo de valor. Isso por que os autores não pretendiam quantificar a ocorrência do fenómeno, mas sim aferir sensibilidades em relação ao fenómeno pesquisado. E a pesquisa é descritiva por que objectivo era de descrever detalhadamente o fenómeno. E ainda ela é bibliográfica por que os autores entraram em confrontação com as literaturas (estudos feitos), desde monografia, artigos e dissertações que abordam em relação a esta problemática da escrita (disortografia) que vem ganhando um contorno alarmante dia-pois-dia.
Por tanto na presente pesquisa a metodologia usada consistiu na abordagem fenomenológico hermenêuticas que serviu como base para perceber acerca das implicações psicológicas das redes sociais na escrita.
Resultado e discussão
Hoje, nota-se que várias pessoas têm estado a atropelar as regras da escrita que quando analisada presume-se que seja implicações psicológicas negativas das redes sociais, devido omissões, substituições de palavras troca de fonemas entre outras formas que desviam a escrita. Em que na vertente psicológica o desvio da escrita é tido como disortografia.
Para Fonseca (1999), a disortografia o sujeito apresenta perturbações nas operações cognitivas de expressão e de sintaxe.
Nas redes sociais, os indivíduos usam as designadas abreviaturas, justificando como forma de economizar o tempo e o espaço. Com isso, constata-se a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais em forma mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros ortográficos em palavras correntes ou na correspondência incorrecta entre o som ou símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, trocas etc.)
Sinais indicadores:
Troca de letras com números que se parecem sonoramente: chinelos para xinelos. Novidade para 9dade.
Omissões de letras: estamos para tamos, cadeira para cadera.
Junções de letras ou palavras: vou estudar para voestudar e no caso mais gravíssimo vxtudar/vostudar.
As imagens abaixo são exemplos ilustrativos da escrita nas redes sociais SMS, Whatsapp e Facebook.
Imagem 1:

Imagem: 2

Imagem 3:



Imagem:4

Fonte: autores, 2019
Por tanto, essas formas de escrita que no entanto são desvios da forma formal, que está sendo desenvolvida pelos usuários das redes sociais, na óptica do autor, são características típicas dos transtornos da linguagem escrita, tecnicamente conhecido como disortografia, como sustenta Sampaio.
Sampaio (2009), descreve algumas características de indivíduos que apresentam  quadros  de  disortografia,  são  elas:  Trocas  de  letras  que  se parecem:    faca/vaca,    chinelo/jinelo;    confusão    de    sílabas: encontraram/encontrarão;    adições:    ventitilador;    omissões:    cadeira/cadera, prato e junções: no meiodatarde, voltarei maistarde.
Conclusão
Após feita o estudo chegamos a concluir que as redes sociais têm uma implicação psicológica na escrita, na medida em que vai-se trocando as letras com números, omissão das letras que do princípio era consciente posteriormente deixa de ser. Deixamos de prestar atenção durante a escrita, a percepção da escrita torna menos importante, não se consegue distinguir da palavra correta da incorrecta por que a memória já é perturbada.
Nas redes sociais, os indivíduos usam as designadas abreviaturas, justificando como forma de economizar o tempo e o espaço. Com isso, constata-se a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais em forma mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros ortográficos em palavras correntes ou na correspondência incorrecta entre o som ou símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, trocas etc.)
Sugestões
Toda sugestão é uma tentativa de mudança de um comportamento. E comportamento não se muda de hoje para hoje, pode levar dias, meses até mesmo ano. Mas no entanto as sugestões que aqui deixamos não acabadas, mas sim para minimizar o problema da escrita. E são as seguintes sugestões:
ü  Durante a conversa nas redes sociais deve-se observar com rigorosidade as regras gramaticais da escrita.
ü  Durante a escrita nas redes sociais não se deve trocar palavras com números;
ü  Durante a escrita não se deve omitir as palavras e ou letras;
ü  Não se deve inventar nenhuma abreviatura, excepto as formais;
ü  Ao tentar economizar o tempo e espaço deve-se colocar palavras-chave;
Referências bibliográficas
Afonso, M. L. P. (2010). Disortografia: compreender pra intervir. Dissertação apresentada à Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, para obtenção de grau de mestre em ciências da educação, especialização em educação especial.
Barbeiro, L. (2007). Aprendizagem da Ortografia. Porto: edições.
Coimbra, B.C. M. (2013). Disortografia: Um modelo de Intervenção. Dissertação apresentada à Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti. Disponível em: repositorio.esepf.pt/bitstream/20.500.11796/1272/1/TM-ESEPF-EE_2013_TM-ESEPF-EE36.pdf
Fonseca, L. (1999). Aprender a Aprender – a educabilidade cognitiva. Lisboa: Editorial notícias.
Komesu, F.&Tenani, L. (2009). Considerações sobre o conceito de “internetês” nos estudos da linguagem. Linguagem em (Dis)curso, Palhoça. SC, v. 9, n. 3, p. 621-643, set./dez. Disponível em < ___________http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/432/452>
Oliveira, M. K. (2002). Pensar a educação – Contribuições de Vygotsky. In: Castorina, J. A.; e outros . Piaget-Vygotsky: novas contribuições para o debate. São Paulo: Ática.
Sampaio, S. (2009). Dificuldades de aprendizagem: a psicopedagogia na relação sujeito, família e escola. Rio de Janeiro: Wak Ed.
Takahashi, E. (2013). A Influência das redes sociais na sala de aula e na escrita. Apucarana. Disponível em  https://pt.scribd.com/document/189734856/A-INFLUENCIA-DAS-REDES-SOCIAIS-NA-SALA-DE-AULA-E-NA-ESCRITA
Torres, R. & Fernández, P. (2001). Dislexia, Disortografia e Disgrafia. Amadora: McGraw-Hill.




[1] Estudante da Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado, Curso de Psicologia Educacional 4o Ano. Email: jamalmuregula.jtm@gmail.com. contacto: 840551683.
[2] Estudante da Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado, Curso de Psicologia Educacional 4o Ano. Email: joaopedrowing@gmail.com. contacto: 849013918/862963173

Referencia

ALBERTO, Jamal Tarzane e WING, Joao Pedro. Redes sociais (whatsapp, facebook e SMS), suas implicações psicológicas na escrita. Universidade Romuna Extensão de Cabo Delgado, Curso de Psicologia Educacional, Montepuez. 2019. Diponivel em:https://joaopedrowing.blogspot.com/2019/11/redes-sociais-whatsapp-facebook-e.html

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

PSICOLOGIA E OS PSICÓLOGOS PARA O QUE? Análise sobre o contexto Moçambicano

PSICOLOGIA E OS PSICÓLOGOS PARA O QUE?
Análise sobre o contexto Moçambicano



João Pedro Wing[1]
Machel Isac[2]
Nota de Referência
WING, J.P. & ISAC, M. (2018). Psicologia e os psicólogos para o que? Análise sobre o contexto Moçambicano. Montepuez : Universidade Pedagógica. Disponivel em:https://joaopedrowing.blogspot.com/2019/09/psicologia-e-ospsicologos-para-o-que.html




Resumo:
O trabalho tem como tema: Psicologia e os Psicólogos para o que? Análise sobre o contexto Moçambicano. Com este tema os autores pretendiam compreender, como a Psicologia como ciência funciona e os Psicólogos como profissionais actuam no contexto Moçambicano. Não se tem conhecimento de quando, como e quem deu início a esse tipo de tratamento da Psicologia e os Psicólogos em Moçambique, pois desde a sua implementação até então enfrenta grandes dificuldades no campo de actuação. A este escasso de envolvimento do psicólogo no seu ambiente de trabalho, deixa uma preocupação aos Psicólogos Moçambicanos. A pesquisa é de uma abordagem qualitativa, quanto aos procedimentos foi uma revisão bibliográfica, usando método fenomenológico hermenêutica. Todavia, verifica-se ausencia de políticas para actuação destes. Espera-se com estes dispertar o papel do Psicólogo na sociedade Moçambicana.
Palvras-chave: Psicólogos, Moçambique, Psicologia, actuação e instituição.
Abstract:
The work has as its theme: Psychology and Psychologists for what? Analysis of the Mozambican context. With this theme the authors wanted to understand, how Psychology as a science works and Psychologists as professionals act in the Mozambican context. There is no knowledge of when, how and who started this kind of treatment of Psychology and Psychologists in Mozambique, since its implementation until then faces great difficulties in the field of action. This scarce involvement of the psychologist in his work environment leaves a concern to the Mozambican Psychologists. The research is of a qualitative approach, as far as the procedures was a bibliographical review, using phenomenological hermeneutic method. However, there is no policy to act on them. It is hoped that these will uncover the role of Psychologist in Mocambicana society.
Key words: Psychologists, Mozambique, Psychology, acting and institution.


Introdução
O Psicólogo é um profissional que desenvolve a sua actividade convista a promover o bem-estar social, psicológico e social dos indivíduos. A fraca coactuação deste to sobre a sistematização de dados sobre a actuação deste em contextos Educacionais (dificuldades de aprendizagem) de calamidades naturais, abusos sexuais e em casos de violências que cause trauma nos indivíduos. Dai a nossa inquietação psicologia e psicólogos para oque?
Por meio de situações e problemas típicos do exercício profissional do Psicólogo em Moçambique, apesar de se reconhecer o papel deste na sociedade. Por alguma razão, não são exploradas as potencialidades desde, visto que nas escolas não encontramos a figura do psicólogo entre outros sectores cuja actuação deste é imprescindível.
Este cenário de dificuldade de enquadramento do psicólogo, nos preocupa bastante, visto que ao se fazer o curso, olha para os perfis de saída, relactivamente aos currículos da Universidade Pedagógica, onde vem frustrando as expectativas destes.

Por tanto foi a partir deste problema em que o presente estudo tem como tema: Psicologia e os psicólogos para o que? Análise sobre o contexto moçambicano.
Por tanto esta pesquisa, teve como objectivo geral Descrever as dificuldades do enquadramento do Psicólogo no seu ambiente de trabalho em Moçambique. E para operacionalização do objectivo geral, a pesquisa teve os seguintes objectivos específicos identificar e caracterizar as dificuldades do enquadramento do Psicólogo no seu ambiente de trabalho em Moçambique.
A presente pesquisa, enquadra-se nas ciências psicológicas, na sua linha de pesquisa Psicologia Geral, em que os autores para melhor perceber a respeito do tema teve como objecto de estudo “as dificuldades do enquadramento do Psicólogo no seu ambiente de trabalho em Moçambique”.
No que tange a relevância do tema a razão da escolha deste tema deveu-se pelo facto de actualmente existir muita reclamação pela parte dos professores, estudantes e especialistas de psicologia que tem vindo dia-pois-dia a se deparar com essa problemática das dificuldades de aplicação da Psicologia, das praticas e da actuação. Facto que desencoraja ou desmotiva muitos indivíduos da área em não desenvolver suas actividades conforme.
Em paralelo às regras estruturais, o trabalho em vista está organizado a partir da presente introdução, seguida sucessivamente do desenvolvimento dos aspectos essenciais relacionados com o tema em abordagem, a discussão em torno do mesmo, sugestões e a sua síntese conclusiva e a respectiva referência bibliográfica que faz a elucidação das obras usadas na desta linha teórica.
Revisão da literatura
Conceito de Psicologia
O termo Psicologia é de origem greco-latino, e etimologicamente pode traduzir-se no seguinte: psiychè = alma; logia=logos=estudo ou ciência. Assim, a palavra Psicologia significa estudo da alma ou ciência da alma, ciência que estuda as ideias, sentimentos, e determinações cujo conjunto constitui o espírito humano (HENNEMAN, 1974).
Como uma ciência autónoma com um objecto de estudo e métodos próprios de investigação, ela é definida como ciência que estuda o comportamento do homem e dos outros animais.
Segundo WOOLFOLK (2000), Psicologia é o estudo de comportamento e dos processos mentais.
Actualmente a psicologia é definida como a ciência que se concentra no comportamento e nos processos mentais – de todos os animais.
Assim, o objecto de estudo da Psicologia é o comportamento dos seres vivos especificamente homens e animais, isto é, a Psicologia estuda a resposta ou conjunto de respostas observáveis de um individuo ou de um grupo, a uma situação ou estímulo.
Quem é Psicólogo?
Psicólogo “é o profissional que faz o curso de graduação em Psicologia e pode se especializar em qualquer das variadas áreas da Psicologia”. (BRAGHIROLLI, et al, 2002, p. 26).
Para REIS (2009), o Psicólogo é um profissional graduado em Psicologia, curso com duração média de 5 anos, em que se estuda uma série de teorias sobre porque as pessoas se comportam da forma como se comportam e como é possível ajudá-las a superar suas dificuldades e/ou desenvolverem-se de algum modo.
De uma forma geral, podemos afirmar que o psicólogo é um profissional formado na área de psicologia que procede a sua investigação utilizando técnicas específicas no sentido de ajudar os indivíduos a desenvolverem-se e a obterem a sua satisfação pessoal.
O que um Psicólogo faz? 
A resposta a esta pergunta pode variar de acordo com o campo e método de trabalho do profissional. Na luz de REIS (2009), na Clínica, o Psicólogo busca ajudar o cliente a compreender as causas de seu sofrimento e encontrar formas de superá-lo. Ele não atende apenas portadores de transtornos psiquiátricos (depressão, esquizofrenia, pânico, entre outros), mas qualquer pessoa que esteja insatisfeita com algum aspecto de sua vida e queira melhorá-lo, como por exemplo, casamento, trabalho, educação dos filhos, entre outros.

Como o Psicólogo trabalha? 

A resposta a esta pergunta também irá variar de acordo com o campo e método de trabalho do Psicólogo. Para REIS (2009), o Campo de trabalho é o contexto no qual ele actua, contexto este, que pode ser clínico, organizacional, educacional, social/ comunitário, hospitalar/ saúde, esporte, jurídico, trânsito, entre outros. Cada um destes contextos possui um conjunto de demandas (necessidades) específicas, que exigem do Psicólogo um conjunto de estratégias específicas para atendê-las. Estas estratégias também podem variar conforme seu método de trabalho.

O Método de trabalho do Psicólogo é baseado em sua teoria de estudo, que pode ser Comportamental, Cognitivista, Psicanalítica, Sistêmica ou outra, dentre as tantas reconhecidas pelo Conselho de Psicologia (REIS, 2009). Cada uma delas possui uma forma particular de compreender e explicar o comportamento humano, e a partir dessas particularidades, variam também as formas de lidar com os problemas levados à clínica.

Enquanto alguns psicólogos prezam por um método que estimula mais a escuta diante dos problemas relatados, outros trabalham fundamentados em abordagens que incentivam o diálogo constante e vínculo colaborativo entre terapeuta e cliente. Os Psicólogos organizacionais, por exemplo, participam activamente do processo terapêutico fazendo perguntas, comentários e propondo actividades que levem o cliente a compreender melhor seu problema e desenvolver estratégias para superá-lo. A intervenção é feita a partir de uma análise cuidadosa do que o levou a procurar ajuda e de sua vida de forma geral, e via de regra, busca promover a autonomia daquela pessoa, de forma que ela própria seja capaz, no futuro, de identificar factores desencadeadores de problemas e eliminá-los, evitando recaídas.

Desenho metodológico
A pesquisa é descritiva do cunho qualitativo, baseada aos procedimentos de uma revisão bibliográfica.
Neste estudo é privilegiada a abordagem qualitativa uma vez que, as opiniões e as informações foram analisadas fazendo o juízo de valor. Isso por que os autores não pretendiam quantificar a ocorrência do fenómeno, mas sim aferir sensibilidades em relação ao fenómeno pesquisado. E a pesquisa é descritiva porque objectivo era de descrever como ocorre o fenómeno. E ainda ela é bibliográfica por que os autores entraram em confrontação com as literaturas (estudos feitos), desde monografia, artigos e dissertações que abordam em relação a esta problemática das dificuldades de enquadramento do Psicólogo Moçambicano no seu ambiente de Trabalho, que vem ganhando um contorno alarmante dia-pois-dia.
Portanto na presente pesquisa, a metodologia usada consistiu na abordagem fenomenológico hermenêuticas que serviu como base para perceber acerca das dificuldades de enquadramento do Psicólogo Moçambicano no seu ambiente de Trabalho.
Resultado e discussão
Hoje, nota-se que a formação e a actuação do psicólogo na realidade Moçambicana têm sido objecto de constante estudo. Essas investigações cresceram em quantidade na medida em que um maior número de psicólogos foi colocado no mercado de trabalho, muitas vezes denunciando um desajuste na situação de exercício das actividades profissionais. Quando se verifica o panorama geral desses estudos, incluindo as dissertações, as teses e os livros, percebe-se que a análise das relações entre a formação e a actuação do psicólogo merece maior atenção.
Desde que surgiram os primeiros cursos de Psicologia, até hoje a essência do curso não foi reformulada". Para Weber e Carraher (1982) citado por ZANELLI (2002), existe consenso de que o currículo vigente não reflecte o estado actual da Psicologia como ciência e como profissão. Constatam-se desfasagens patentes entre o que aqui é ensinado e o que é produzido nos grandes centros intelectuais, bem como entre o que o psicólogo aprendeu e os desafios que afronta quotidianamente na sua prática profissional.
“A formação profissional e o exercício das actividades de trabalho pelo psicólogo têm sido restritos, precários e deficientes” (ZANELLI, 2002, p. 17).

Funções dos Psicólogos

Com base das informações da área e reflexão conjunta dos psicólogos, apresentam, em consistência com objectivos previamente definidos, funções e tarefas idealizadas como uma análise ocupacional do psicólogo.
Para ZANELLI (2002), colocadas entre as actividades do psicólogo, a realização de diagnóstico psicológico, orientação e mensuração psicológica para processos de selecção profissional, orientação psicopedagógica e solução de problemas de ajustamento, estão ao cargo do Psicólogo. O que orienta a definição das actividades que o psicólogo pode exercer, fica claro, que é a selecção de pessoal ou o uso de instrumentos psicológicos para avaliar o ajuste do indivíduo em diferentes contextos. Tando em conta as actividades, o psicólogo é:
ü  Agente de mudança;
ü  Mediador e facilitador das relações e da comunicação;
ü  Supervisionar e acompanhar a execução de programas de reeducação psicopedagógica;
ü  Diagnosticar e acompanhar clinicamente profissionais e estudantes com os problemas que afecta o desempenho;
A Psicologia e os Psicólogos nas décadas actuais
Pretende-se percorrer rapidamente, em breve histórico, a implantação do que se tem caracterizado como a política educacional Moçambicana, voltando nossa atenção para o sistema de ensino superior e a instalação dos cursos de Psicologia nas Escolas Secundárias Gerais, substrato formal para a legitimação do exercício dos psicólogos, em geral e em particular, das actividades dos mesmos em organizações.
A instalação de cursos de Psicologia, mostrou-se rentável: sem grandes dispêndios financeiros, estruturaram-se cursos de ampla demanda para aqueles que sonhavam ascender pela via do terceiro grau. O revestimento de respeitabilidade académica foi procurado por meio da reprodução dos padrões adoptados pelas universidades que já mantinham alguma tradição. As faculdades particulares captavam professores entre os alunos recém-graduados nas universidades já firmadas.
Conforme a análise de AZEVEDO e MENIN (1995), ao mesmo tempo em que, sob, o rótulo de democratização do ensino, expandiram-se as matrículas, não se forneceram condições necessárias para o atendimento do número multiplicado de alunos que acorreram às universidades e aos outros níveis de ensino. A deterioração de todo o sistema e o empobrecimento da qualidade de seus produtos foi inevitável.
Apesar de a Psicologia ter passado a fazer parte do ensino superior, principalmente após a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e da Política, sua regulamentação, enquanto curso autónomo, coincide com o nascimento do período expansionista. A Lei nJ2 4.119, de 27 de agosto de 1962, dispôs sobre a formação em Psicologia e regulamentou a profissão de psicólogo. Após o Decreto-Lei nJ2 53.464, de 21 de Janeiro de 1964, surgiram formalmente reconhecidas as primeiras escolas formadoras de psicólogos (ZANELLI, 2002:21).

Raramente no nosso contexto Moçambicano, valoriza essa data, esta lei e este decreto. Muitas pessoas não têm reconhecimento desta data e essa lei que rege o regulamento profissional de psicólogo.

A Psicologia e os Psicólogos que temos

É inegável que a psicologia, em pouco mais de um século de existência, produziu um grande volume de "conhecimento científico" acerca da natureza humana. O alcance dessa acumulação de conhecimentos, evidencia-se na ampliação dos espaços de inserção conquistados, nesse período. Em quase todas as situações da vida quotidiana este conhecimento contribui (ou pode contribuir) para a promoção de modos de vida mais saudáveis. Não obstante, recentemente, pode-se observar que a Psicologia vem enfrentando uma séria crise, na qual, muitas de suas práticas e âmbitos de actuação vêm sendo severamente questionados. Por de trás desta crise, esconde-se uma questão fundamental: para que servem a Psicologia e os psicólogos?
A fim de compreender a crise pela qual a Psicologia atravessa, deve-se assinalar que, tradicionalmente, a prática empreendida pelos psicólogos, têm privilegiado uma perspectiva de análise e de intervenção no âmbito do estritamente individual. Nesta, buscam-se explicações individuais para as mais diferentes facetas da existência humana, diagnosticando-os "adaptadas" ou desadaptadas", segundo o modelo estabelecido como padrão normal. (PEREZ e MOURA, 1999, p. 11).
A divisão da Psicologia em "campos de actuação especializados" acentuou a fragmentação do conhecimento psicológico e, por conseguinte, do seu objecto de estudo, porque motivou o desenvolvimento de um arcabouço teórico e técnico cada vez mais específico e delimitado. Não obstante, mesmo separados, distanciados e fixados nos "campos de actuação específicos" os psicólogos continuaram a desenvolver uma prática adaptacionista e acrítica por causa da matriz individualizante que está subjacente a qualquer um destes campos.
Conforme a análise de AZEVEDO e MENIN (1995), actualmente a figura do psicólogo se encontra com uma série de problemas. Os mais relevantes são:
(a) Desconhecimento por parte da população;
(b) Pouco apoio das administrações públicas;
(c) Confusão profissional;
(d) Um sistema educacional hostil.

A maior parte da população desconhece a existência dessa profissão (PEREZ e MOURA, 1999). Isso faz com que a psicologia tenha uma visibilidade nula, dificulta a difusão dos seus conhecimentos e o recebimento de financiamentos que apoiem pesquisas nessa área. É necessária a divulgação sobre a existência desse profissional e o trabalho que ele desempenha para, assim, aumentar a visão dessa disciplina tão importante para a qualidade educacional das pessoas.
As administrações públicas nem sequer reconhecem o psicólogo dentro das suas actividades profissionais. Aqueles que se formam nessa disciplina são reconhecidos aos olhos do Estado como orientadores ou psicopedagogos. Essa falta de apoio não ocorre exclusivamente no nome, pois também não são generosos os recursos que são concedidos à disciplina para fomentar seu desenvolvimento.

Devido a uma organização estatal ruim, existe uma confusão profissional entre as funções que os diferentes profissionais desempenham. Em um cargo, uma mesma pessoa costuma desempenhar as funções de pedagogo, psicólogo e orientador. Em vez de uma pessoa fazer o trabalho de todos, deveria existir uma equipe de profissionais bem coordenados trabalhando em prol da educação dos alunos (AZEVEDO e MENIN, 1995).
Em contrapartida constatamos a criação de instituições Moçambicanas seja elas de educação, sejam elas com fins lucrativos e caritativas, muita das vezes dá mau funcionamento, pelo facto de guardarem, ocultarem e desprezarem lugares e oportunidades que seriam para os psicólogos, onde fariam as suas actividades como de estratégias de desenvolvimento das instituições, a motivação, planificação, recrutamento, aconselhamentos e outros serviços, isto porque, não oferecem condições necessárias no que diz respeito o processo de organização e efectivação das actividades previstas no currículo de educação para os psicólogos e a psicologia.
Por meio de situações e problemas típicos do exercício profissional do Psicólogo em Moçambique, de actividades potenciais que, por alguma razão, não são desenvolvidas, dos conceitos e instrumentos comumente utilizados, das expectativas e necessidades daqueles que são envolvidos pela acção profissional, e assim por diante, pode-se reduzir as atitudes, os conhecimentos e as habilidades necessárias no preparo do profissional.
Reflexão
A prática do psicólogo, exige busca de uma ética administrativa e uma visão de mundo calcadas em rigorosidade, pesquisa, criticidade, bom senso, flexibilidade, curiosidade, competência e disponibilidade. Somos instigados a aprender e suplantar desafios, a compartilhar e a trabalhar em equipas ou parcerias. Actualmente a figura do psicólogo em Moçambique se encontra com uma série de problemas. Nas administrações públicas, nas instituições privadas e governamentais e outros lugares,  nem sequer reconhecem o psicólogo dentro das suas actividades profissionais, até a própria sociedade não reconhece o psicólogo, mas tudo isso deve se pelo facto de não ter oportunidade de executar as suas funções nos seus lugares como profissional.
Nisto, deixamos as seguintes questões de reflexão:
ü  Porque, o escasso é tão maior no enquadramento do psicólogo no seu ambiente de trabalho em Moçambique?  
ü  Até que ponto, o psicólogo será envolvido nas suas actividades profissionais em Moçambique?
Conclusão
Depois de uma longa abordagem, chegamos nos momentos finais, onde estamos a dar considerações finais daquilo que vínhamos tratando. Assim sendo concluímos que, na execução de qualquer actividade requer inteligência, forca, motivação, incentivação e competências. Toda bagagem precisa de ser tirada ou descarregada. Para que acha uma boa formação em qualquer área que seja, é preciso que haja, teoria e pratica.
Como afirma Bleger, a Psicologia só pode ser, ou deve ser, como ciência, o conjunto de conhecimentos que nos permite conhecer e actuar sobre a vida humana e sobre o agente da mesma: O ser humano.
 Na prática do psicólogo, exige busca de uma ética administrativa e uma visão de mundo calcadas em rigorosidade, pesquisa, criticidade, bom senso, flexibilidade, curiosidade, competência e disponibilidade. Na relação entre estratégia, liderança e aprendizagem, há uma tendência em ressaltar a importância dos processos de aprendizagem. Embora muito se discuta sobre o que constitui uma estratégia eficaz, sabe-se que a capacidade de aprender, individual e colectivamente, é a competência maior para superar as pressões ambientais e direccionar as mudanças no sentido que se pretende.
O Psicólogo é um profissional que desenvolve uma intervenção capaz de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia, ele trabalha para promover o bem-estar social, psicológico e social das pessoas, onde procura promover a saúde das pessoas de uma forma dinâmica. É agente que propõe com horizonte do seu fazer a conscientização e ajuda as pessoas superar suas identidades alienáveis, pessoal e individual ao transformar as condições opressivas do seu contexto.
Este cenário, de dificuldade de enquadramento do psicólogo no seu ambiente de trabalho, é relativamente uniforme no País, sem ter passado por modificações significativas desde sua implementação ata então. Desse modo, muitas vezes coloca-se em risco a sobrevivência da organização. Quanto maior a tendência a padrões conservadores, quase sempre capitaneados pelos dirigentes, maior o risco.


Referências bibliográficas

AZEVEDO, M. A. e MENIN, M. S. Psicologia e política: reflexões sobre possibilidades e dificuldades deste encontro. São Paulo, Editora Cortez/Fapesp, 1995.
BERNARDES, J. S. História de Psicologia Social Contemporânea. São Paulo, editora Petrópolis Vozes, 1998.
BRAGHIROLLI, Elaine Maria, et al. Psicologia Geral. 22ª Ed. Brasil, Editora vozes Petrópolis, 2002.
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HENNEMAN, Richard H. O que é Psicologia. Rio de Janeiro, Editora José Olympio,1974.
PEREZ, Eliana e MOURA Gonçalves. A Psicologia (e os Psicólogos) Que Temos e a Psicologia Que Queremos: Reflexões a Partir das Propostas de Diretrizes Curriculares (MEC/SESU) para os Cursos de Graduação em Psicologia. Psicologia ciência e profissão, editora Pelotas,19 vol. (2), 1999, (PP 10-19). Recuperado de URL: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v19n2/03.pdf
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WOOLFOLK, A. E. Psocologia da Educação. Porto Alegre, Editora Artmed, 2000.
ZANELLI, José Carlos. O psicólogo as organizações de trabalho. São Paulo, Artmed Editora, 2002.



[1] Estudante da Universidade Pedagógica delegação de Montepuez, Curso de Psicologia Educacional 3o Ano. Email: joaopedrowing@gmail.com. contacto: 849013918/862963173
[2] Mestre em Educacao/Psicologia Educacional, Investigador de NEPE e Docente na UP-Montepuez, email: machuwabo@gmail.com. contacto: 861778102 e 825771970